Oi querido, então, eu olhei pra trás e não vi você hoje, resolvi te escrever porque talvez você sinta isso que eu estou anunciando e tudo fique menos rarefeito entre nós. Eu olhei como disse, e não mais vi você, resolvi experimentar que você se perca, que você se encaixe nas lembranças boas e que você se perca na leveza, quase que secretamente como as boas coisas que perpassam por entre as carnes. Você é tão bonito, gosto tanto de você, me treme o eixo saber que você tá por aí passeando por essa mesma vida que eu e a gente inclusive se esbarrou no meio de tanto barco furado, de tanta maré remada ao contrário, tanta ilha desabitada de corpos que a constituem. Eu vi que por sua causa eu comecei a escrever mais textos, só que aí eu comecei a escrever especificidades, as mesmas palavras, os mesmos sentimentos, tudo muito se repetindo, girando e girando e parando no mesmo lugar: um lugar meu – seu lugar seu. Claro que eu quero que esse hífen suma, que as partes se juntem e que eu pare de me atrapalhar toda quando na prateleira o manual mal escrito de como lidar com alguém cai no teu nome. Eu quero, lógico que quero. Enquanto isso tudo me rondava deitei-me com outra carne, igual a minha, foi incrível, excitante, mas a carne que gosto mesmo é a diferente, aquela que junta, completa e não aquela que se sobrepõe. Agora tenho que avisar a esta carne que minha carne está guardada para outra carne. Espero que uma entenda que o gosto que gosto é o mesmo de antes dela. Eu te cobri com uma cobertinha desenhada, de figurinhas de lápis de cor aquarelável que fizeram poças alegres enquanto você dorme e de tão cansado baba na coberta. Isso são suposições, claro, mas do jeito que você corre, você deve descansar e babar até. Mesmo. É, você é bonito; é, eu me atrapalho; é, você diz que eu sou um amor; é, eu sempre choro nos finais de filmes; é, eu agora sei dos dois lados; é, eu provavelmente pensarei em você por muito tempo. É, é sim. Assim.
Danielle Ribeiro.
Na última semana do ano, dia 28/12: "...eu, pessoalmente, só queria que você fosse real. Isso mesmo: real. Porque se tudo que existe estiver só na minha cabeça, eu não faço a mínima idéia de como mudar tudo sozinho." TEM ALGUÉM AÍ? FELIZ CONTINUIDADE... de Ulisses Figueiredo.
Dani... mais uma vez humanisticamente maravilhoooosa!!!
ResponderExcluirNós, enquanto seres tanto individuais quanto sociais, estamos amarrados com arames farpados a outras pessoas. Quantas vezes não nos vemos vivendo pelos outros... e até respirando por eles. Somos humanos!!!
Amor... tesão... sexo... hedonismo!!!
Que viva o Homem!!!
Feliz Desnatal a todos...