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segunda-feira, 29 de março de 2010

Não Deixe O Samba Morrer II

Muito tem se falado ao longo destes últimos anos no tal do aquecimento global. A grande mídia vem em campanha maciça em tom severamente apocalíptico nos alertar sobre as conseqüências do acúmulo presente e em progressiva expansão de gases do efeito estufa, principalmente o CO2, advindos da produção e estilo de vida humanos adotados principalmente da metade do século dezenove até os dias atuais. O que mais me chama atenção no que chega até meus ouvidos pelo que é dito por “especialistas” de toda espécie e pela gente que já forma o senso comum do novo paradigma ecologista deste início de século, e o foco pelo qual é tratada essa questão. Somos bombardeados diariamente pelas obrigações do “ecologicamente correto” do “ecossustentável” e do termo que convier ao momento. Somos moralizados à força pela culpa do desperdício e pelo consumo selvagem e predatório que somos responsáveis da hora que acordamos à hora que dormimos e inclusive durante o sono.
Hoje as crianças já são adestradas desde a infância nos bancos escolares que devemos amar e respeitar a natureza, os golfinhos, as baleias, os leões, os elefantes, as morsas, as plantas, as flores, os rios e tudo mais que representa aquilo que estamos acostumados a chamar de ecossistema. São obrigadas a decorar que todo aquele que pratica o desperdício, promove a destruição e poluição deve ser condenado e repreendido. Porém há algo de muito estranho e contraditório neste novo senso comum que se cria imperativamente. Para ele o “homem” (genérico mesmo) é o vilão neste crime secular. E a simplificação dos fatos sempre foi o recurso mais habitual pra quem tem interesse em distorcê-los. Se a água limpa do mundo está acabando, fácil, fechemos a torneira, tomemos banhos menos demorados. Se os lixões contaminam o solo, fácil, separemos nosso lixo. Se a energia polui, fácil, compremos um aquecedor solar. Se usamos produtos que ficam milênios na natureza sem se decompor, fácil, utilizemos sacos de pano biodegradáveis, camisas feitas de PET, usemos só copos de vidro, verifiquemos se a madeira tem a procedência correta e por aí vai... Mas não é tão simples assim.
De fato o que nos chega é uma verdade bem conveniente aos interesses do capital e de seus defensores. Só usamos em nossas casas 5% da água, o resto é usado completamente no processo produtivo, ou seja, é responsabilidade total da grande indústria. A maior parte da degradação do solo e da poluição dos rios é feita pela mesma indústria como é o exemplo da psicopática empresa de celulose do Espírito Santo. Nós, seres individuais temos uma ínfima parcela de responsabilidade pelo aquecimento global. Esse “homem”, genérico, responsável e abominável vilão da destruição do planeta não sou eu e nem é você. É o grande capital, é o sistema que extrapola o âmbito individual de ação. Devemos sair da posição de vilões individuais e partir para a de senhores dos nossos destinos aqui na terra enquanto humanidade. Essa idéia que se dissemina nos meios mais ecochatos de que somos um fardo para o planeta, um vírus maléfico, uma praga devastadora é o pior mal que fazemos nessa situação, para nós e para o ecossistema.
Temos que ter em mente principalmente e desmistificar também a idéia da frágil natureza refém da humanidade. Se o fim do mundo de fato ocorrer, esse fim só será fato para nós humanos. A natureza, essa entidade maternal que idealizamos, em verdade, não se importa nem um grama sobre o que fazemos, sobre o acúmulo de CO2 ou a poluição ou o fim das geleiras da Antártida. A natureza não dá a mínima para nós ou para o “aquecimento global”. Ela se adaptará. Nós não. Os golfinhos não estão nem aí. As baleias não dão à mínima. As morsas se alienam. As espécies de plantas e animais que morrerem darão lugar a outras que se adaptarão. O ecossistema tende ao equilíbrio. Varre o que não serve e bota aquilo que for melhor para a vida no lugar, sem sentimentalismo.
A maior riqueza que temos em risco de uma possível perda é a subjetividade. O humano. O grande ouro que guardamos em nossa humanidade é a nossa capacidade de criarmos e sermos criados por isto, a subjetividade. Nós somos os grandes e únicos expectadores do mundo. O que corremos o risco de perder e por isso que devemos lutar com todas as forças é a poesia. O que temos de mais valioso é a herança que nos fundou enquanto seres que reconhecem a si próprios e o mundo de forma a olhá-los e criá-los de acordo com suas construções, desejos, razões, instintos e angústias. Somos nós que enxergamos a beleza e empregamos valor às plantas, às árvores, aos golfinhos, às baleias, às morsas, às geleiras, ao azul do céu e a tudo mais. (O azul, por exemplo, só existe em nossos olhos humanos, o céu, em sua realidade própria não é azul.) Essas coisas estarão aí, com outras formas e cores, mas nós poderemos não estar para lhes dar novos nomes. Somos nós a alegria do mundo, pois o sentido de alegria só passou a existir conosco. Somos nós que trazemos o sentido à vida e à natureza, pois a razão se basta a si mesma. Nós descobrimos/criamos o mundo e ele só o é por nós, homens (e mulheres obviamente) em nossa condição objetiva, e somos humanos construídos e construtores em nossa subjetividade.
A nossa extinção é a extinção da literatura, é a extinção da arquitetura, da filosofia, da música, da ciência, da razão, do pensamento, dos séculos e séculos de conhecimento, descoberta e criação que são patrimônio nosso e do universo. Imaginem um mundo sem Shakespeare, sem Da Vinci, sem Mozart, sem o samba! Sem a beleza da poesia! Não devemos salvar as baleias. Devemos lutar para que as baleias não nos percam. O mundo não pode ficar sem nós. Senão não terá a menor graça.

Bruno Dutra.
Próxima semana, dia 05/04: "De repente vale mais a pena começar a desenhar como se fosse a primeira vez que esse bicho tivesse sido avistado..." É CEDO AINDA PRA ESCREVER SOBRE BICHOS? de Danielle Ribeiro.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Teclando Em Várias Teclas, Para Dizer Que Continuo A Bater Na Mesma Tecla

Paralamas do Sucesso
Running On The Spot - (Paul Weller (The Jam))
I was hoping wed make real progress/But it seems we have lost the power/Any tiny step of advancement/Is like a raindrop falling into the ocean/Were running on the spot always have always will ?/Were just the next generation of the emotionally crippled/Though we keep piling up the building blocks/The structure never seems to get any higher/Because we keep kicking out the foundations/And stand useless while our lives fall down/I believe in life and I believe in love/But the world in which I live in keeps trying to prove it wrong/Out the pastures we call society/You can't see further than the bottom of your /you but easily shocked/You gets all violent when the boats gets rocked/Just like sheep little lambs into the slaughter/Don't fully grasp what exactly is wrong/Truth is you never cared still/You get all violent when the boats gets rocked/Intelligence should be our first weapon/And stop reveling in rejection/And follow yourselves not some aging drain brain/Whose quite content to go on feeding your garbage/Were running on the spot always have always will?/Were just the next generation of the emotionally crippled

TRADUÇÃO

Eu esperava fazer progressos reais/Mas parece que perdemos o poder/Qualquer passo de avanço/É como uma tempestade no oceano/Estamos batendo na mesma tecla como sempre estivemos?/Somos apenas a próxima geração emocionalmente /de empilharmos os blocos de construção/A estrutura nunca parece aumentar/Porque continuamos a chutar as fundaçõese continuar ociosos enquanto nossas vidas caíam.../Acredito na vida e acredito no amor,mas o mundo em que eu vivo continua tentando provar que estou errado/Nas pastagens que chamamos sociedade/Você não pode ver mais longe do que o fundo do seu óculos/Somente você, mas facilmente chocado/Você começa a ficar violento quando os barcos começam a quebrar/Assim como ovelhas e pequenos cordeiros indo para o abate/Não podes aproveitar plenamente o que exatamente está errado/A verdade é que você nunca se importou/Você começa a ficar violento quando os barcos começam a quebrar/A inteligência deveria ser nossa primeira armae parar de revelar a rejeição/e seguir vocês mesmos, não apenas seus drenados e envelhecidos cérebroscujo conteúdo é bastante apenas para abastecer seu lixo/Estamos batendo na mesma tecla como sempre estivemos?/Somos apenas a próxima geração emocionalmente incapacitada


Eu poderia vir aqui e ser hipócrita, falando: “somos capazes de tudo... tudo está em nosso alcance” Ou ser iludido e falar que só nos basta esperar, que as coisas caem em nossas mãos, sem esforço.Pois bem... mas eu não tenho como escolher ser hipócrita ou iludido. Afinal só podemos fazer escolhas, dentre nossas possibilidades, correto? Na minha vida não existe as alternativas hipocrisia e ilusão.Vou me poupar de responder a quem me chamará de cético, só vou dizer que, por mais que não aparente pelo que comecei escrevendo, eu acredito nas coisas muito mais do que imaginam.Eu venho tendo a impressão de que fazia, produzia algo e isso acaba se partindo, se perdendo.Sim... como se o que me desse alegria fosse a mesma coisa que, posteriormente, me levasse à tristeza.Eu tenho convicção de que o que eu faço, faço com boa intenção, faço com correção e faço, posso dizer, com orgulho.De fato, não estou reclamando de nada, mas não posso deixar de expor que o fato de que às vezes, por mais bem feito que façamos as coisas e bem intencionados que estejamos, algumas coisas dão errado.Esse fato me deixa mal.. me deixa chateado, mas nada se compara com o fato de eu encontrar pessoas que não estejam interessadas em realizar as coisas com a boa intenção e com correção... como isso me deixa bem chateado.Temos que nos deparar com essas pessoas, que não enxergam nada além do seu umbigo.Que se orgulham de ter a capacidade de enxergar só o que seus óculos permitem ver, mas, elas talvez não saibam ou não ligam pra isso, enxergam muito mal por causa disso.Pessoas que usam o ócio (uso a palavra” ócio" porque estou sendo amável.... o que merecia mesmo era que eu usasse a expressão” perda de tempo") em nada produtivo. Poderiam ajudar alguém, fazer a vida fazer sentido para outra pessoa, mas não... recolhem-se e se escondem atrás de seus óculos, atrás de suas construções de blocos e tijolos ruídos.Aliás, que construções?? Essas pobres pessoas ainda não entenderam que não construímos nada sozinhos, mesmo que a nossa “companhia" esteja no fim que nossas atitudes tenham.Me incomoda o fato de que essas pessoas, cada dia mais recorrentes, estão (não por força deles, afinal, não têm força, pois eles andam sozinhos) fazendo com que todos nós vivamos sob a péssima perspectiva que essas pobres pessoas têm do mundo... a solidão, e uma solidão pior, pois é uma solidão consentida e convicta!Mas, há as pessoas que não aceitam viver nessa perspectiva. Eu sou uma delas. Não deixarei que minha vida se transforme numa imensa "solidão de várias pessoas".Vou explicar o porquê de eu iniciar a minha postagem da forma que foi.Não somos perfeitos, não temos tudo ao nosso dispor......se tivéssemos, era só a gente querer e todas as pessoas agiriam conforme a nossa vontade, sem pensar, sem que nós fizéssemos o mínimo esforço... cá pra nós: teria graça? seria bom? Sinceramente não tenho certeza disso.Mas, mesmo assim, devemos superar os cérebros secos como quais nos deparamos.Devemos superar essas pessoas de solidão convictaTemos força para isso, mas a nossa força não vem só de nós mesmos , e sim da união entre pessoas.Devemos usar a inteligência como nossa única arma, se unir é um sinal de inteligência.Se podemos nos unir para jogar o lixo( o que não nos interessa) fora, para que não acumule, por que não poderíamos nos unir para que a vida melhore e que muitas coisas de bom aconteçam?Eu vou continuar a “bater na mesma tecla". Sim! Eu vou continuar a agir com boa intenção e com correção, mesmo sabendo, que isso não seja uma garantia de que vou conseguir realizar tudo que quero, mesmo que isso me cause tristeza ou frustração.Mas o fato de eu lutar para fazer o bem, já me torna bem sucedido, e já me alegra. Sim, eu acredito no amor e na vida. Esse é o poder, que não perderemos se continuarmos a pensar que a união faz a força e que fazer o bem já é ser bem sucedido.Com esse poder, com certeza, faremos progressos reais.Afinal, eu não faço parte da próxima geração emocionalmente incapacitada, nem vou deixar que ninguém faça. Vocês também não, afinal vocês estão no mesmo barco que eu. Batendo na mesma tecla.


Diego Sandins.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Absorvidos

Tinha terminado... aproveitei tudo até o final. Estávamos eu e mais dois amigos. Na verdade um deles era apenas conhecido, convidado pelo meu amigo a ir conosco. Ficamos ali por quase duas horas. O local estava vazio: era meio de semana e já bem tarde também. Sentamos e nos desligamos de tudo... foram as quase duas horas que eu disse, mas parecia uma eternidade. A realidade alterava-se a cada minuto que passava. Nossa mente nem estava mais ali. Vai saber onde diabos estávamos. Eu nem sabia mais quem estava do meu lado ou nem mesmo quem eu era. Algo absorveu-me... transformou-me... roubou-me os sentidos e a realidade. Na verdade uma nova realidade foi-me entregue e eu a abracei sem questionar. Eu estava absorto. Lembro de alguém me pedindo pra passar e eu disparei uns palavrões por aquela pessoa ter perturbado meu êxtase. Tinha terminado... não tínhamos mais o que fazer ali... deveríamos voltar pra casa. Mas como eu disse, estávamos absortos. Não conseguíamos encarar normalmente a realidade. Parecia fraca... sem emoção. Sem tesão... ESTÁTICA. Essa é a palavra. A realidade não tinha movimentos. Não aqueles vislumbrados há pouco. Meus amigos (na verdade só um era amigo... mas acho que já expliquei isso) pensavam da mesma forma. Todos concordavam que no dia seguinte deveríamos retornar ao mesmo local – ou quem sabe outro, mas da mesma forma bem apropriado – e quem sabe ficar até mais tempo. O problema era o dinheiro. Éramos moleques estudantes, desempregados, de classe média baixa e tínhamos que chorar pra conseguir grana pro nosso vício. Pois é... já éramos viciados. Sou até hoje. Eles também. Mas garotos sempre dão um jeito de descolar uma grana quando se interessam por algo... ou viciam-se... ou os dois, como no meu caso. Mas voltando ao dia seguinte, foi bem melhor. Mais intenso... mais tenso... dos melhores que experimentei. Dessa vez eu nem queria mais voltar pra casa. Eu simplesmente não havia retornado á minha realidade. Absorvido. E dali pra frente, todas as vezes foram assim. Minha depressão só aumentava. Quanto melhor, mais deprimido eu ficava quando percebia a monotonia monocromática da nossa realidade mono. Mas meus amigos, não há mais jeito. Adoro um cinema.

Ulisses Figueiredo.

terça-feira, 9 de março de 2010

Quem Sou Eus?

Quem sou eu? Boa pergunta. Sempre sem boas respostas, esta talvez seja a melhor pergunta que qualquer pessoa possa fazer a si. Sei não. Estou aqui pensando que a pergunta mais adequada seria “quem sou Eus?”. Então, quem seria Eus? Eus sou uma multiplicidade de anjos e demônios. Eus sou a multiplicação. Sou a subdivisão. A impossível micro-subdivisão. Sou John Lennon, Bob Dylan, Jimi Hendrix, Caetano Veloso, Che Guevara, Jesus Cristo, O Exterminador do Futuro, um lobisomem, Elvis Presley, Carl Sagan, Steven Spielberg, Woody Allen, Bernardo Bertolucci, Didi Mocó, King Kong, Michael Jackson, Cazuza, Picasso, Adriana Calcanhoto, Renato Russo, José Saramago, sou a Sessão da Tarde, sou o Cine Guanabara, a mulher nua da revista pornô, o homem nu da mesma revista, as páginas coladas da revista pornô com cola viva – momentos emocionantes na vida de qualquer menino –, o menino do rio (não o de Janeiro), sou a bola de borracha nas ruas de paralelepípedo, sou a boa de neve, sou a bola-monstro, sou Speed Racer, sou Bruce Lee, sou o Superman, sou a escola de samba, sou o bobo do pique no pátio da escola, sou o cê-dê-éfe das medalhas de honra ao mérito do Rotary Club, sou o beijo da menina atrás da sala de aula, sou o cheiro do sexo mal lavado dos pré-adolescentes, sou uma estrada estreita e deserta, sou uma onda a quebrar e a voltar e a voltar, o livro de yoga, o gibi da Mônica, sou a vontade do gol, sou o gol chorado do crepúsculo no campo de terra e pouca grama do Jardim, sou Zico, sou Roberto Carlos, sou Raul Seixas, sou o homem da Renascença, sou uma citação de Freud, uma epígrafe, um livro de citações, sou o Menudo, sou a entrevista do talk show, sou o não-filho, sou o pai – e sou pai desde menino – do meu filho imaginário, sou minha filha que é meu materializado fruto, sou a lágrima, sou o olho negro e feliz de um aprendiz alegre, sou uma guitarra, sou um disco de vinil, sou um baseado, sou uma cachoeira, sou uma formiga partida ao meio, sou uma cigarra na mata úmida, sou uma bela mulher que viaja até um homem desconhecido, sou uma revista feminina com conselhos úteis, sou a Bíblia, sou a fé desconfiada, sou o ateísmo que confia nas coisas e pessoas, sou a paixão voluntária de uma necessidade orgânica e ancestral de paixão, a paixão pela paixão, o amor pelo amor, a paixão pela idéia do amor, sou o amor pela idéia da paixão, sou a eterna queixa e o eterno otimismo, sou um infinito indizível, sou o homem invisível, sou um milhão de homens e mulheres, sou indivisível. Sou o nada mais cheio de coisas que eu já conheci.

Luciano Fortunato.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Ventura

Deixo então minha rainha. Minha princesa e meu reino.
Sigo meu destino. Minha ventura pelo mundo.
Meu coração já não me pertence.
Mora em lugar que ainda não conheço.

Solitário em minha montaria bela e bravia.
Saio errante com a força que nunca me havia.
Com a potência que não me sabia existir.
Sou forte e sozinho pelo andar dos caminhos.

Mas sei que, ao sair das sombras de meu castelo,
Posso não encontrá-lo meu em meu retorno.
Passo o risco de perder minha rainha e princesa.
A consciência de tal imagem me é inevitável.

Mais inevitável é a premência de minha partida.
Parto e busco o que nunca vi. Pelo meu castelo.
Pela minha rainha e pela minha princesa.

Pelo meu reino que empunho a espada.
Pelo meu povo que me lanço no nada.
Por mim que um dia retornarei comigo.

Bruno Dutra.