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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Tem Alguém Aí? Feliz Continuidade...

PoiZé, minha gente... passou o Natal e o ano de 2010 já está com os bracinhos de fora. É interessante como nós nos distinguimos dos restantes dos animais nos auto-declarando seres com inteligência superior a deles e ao mesmo tempo somos tão supersticiosos e crentes quanto um cão. A sensibilidade e ignorância que um simples cachorro tem diante da natureza talvez os levassem (se pudessem) a criar altares, exaltar feitos e estimular adorações. Contudo, não são inteligentes o suficiente para tanto. Aêêêê...!!! Ponto para nós. Criaturinhas ridículas, não acham? Somos tão, mas tão espertos, que acreditamos realmente que o ano novo... é novo!!!! Que um ciclo se encerra e que TUDO que estava errado pode simplesmente se transformar sem ação humana alguma. As forças sobrenaturais farão seu papel... cabe-nos apenas esperar até o dezembro próximo e ver se as coisas melhoraram. Se não, culpa da nossa descrença. Cara... a gente tem medo de morrer e, por isso, detonamos a natureza!!! Claro... ela é nosso eterno algoz. Nada mais justo, né? Que se foda a natureza!!! Eu quero viver pra sempre. Reino dos céus??? Cidade de Deus??? Nem acredito nisso... mas quando morrer, tomara que eu não vá para o inferno. Porra! Que animal mais louco esse homem... a natureza é causa e efeito. Mas dirão: “Deus nos criou à imagem e semelhança. Ele é o criador”. Se o criador é perfeito, a obra é perfeita... caso contrário haveria um paradoxo aí. E se o Homem é perfeito... por que diabos fazemos tanto mal a TUDO? E se é imperfeito, como pode seu criador ser perfeito? A humanidade tá caminhando pra descobrir Deus... pra se distanciar Dele... ou pra matá-lo (ops... dizem que já morreu)? Uma das nossas maiores contradições é acharmos que somos imperfeitos e buscar a perfeição no que desconhecemos e individualmente, fudendo os outros.
Desejamos tantas coisas pra 2010... mas eu, pessoalmente, só queria que você fosse real. Isso mesmo: real. Porque se tudo que existe estiver só na minha cabeça, eu não faço a mínima idéia de como mudar tudo sozinho. Mas se você que está lendo esse texto for realmente de verdade; se você existir independentemente da minha existência, eu clamo para que faça alguma coisa. Não espere por Deus... não tenha medo do diabo... não jogue a toalha e espere acontecer. Não esqueça 2009... 2008... 2007... etc. Se você aí for real, use dezembro não como marco final de uma etapa, mas como um momento para tomar um ar e continuar, reparar, e concertar tudo que nós e nossos pais fizemos. Eu estou aqui... escrevendo, conversando, vivendo. Estou realmente aqui. E seja lá no que eu acredite que pode nos transformar ou mudar nossa vida, eu sou um ser humano. Sou um animal como qualquer outro e, como os outros, vivo. Nosso medo da morte nos leva a buscar a salvação. Esquecemos os outros... praticamos o bem para ir ao céu. Se você realmente estiver aí, saiba que eu estou aqui. Preciso de você. A natureza é linda... as pessoas maravilhosas. Bem aqui... bem aí, do seu lado. Por que só a Cidade de Deus é perfeita? Enquanto não soubermos se essa salvação realmente existe, que tal tentar algo mais humano: altruísmo. Vivemos em sociedade e esquecemos isso. Estamos cada vez mais isolados. Passamos a crer na singularidade acima de tudo, principalmente para nos salvar. Mas quem é você? O seu ato de pensar preconiza uma conversa entre duas pessoas na sua cabeça... quem é a outra??? SOMOS NÓS!! Para pensar, para ser você, para exaltar essa sua individualidade e intelectualidade, você precisa de todos nós. Senão vai falar com uma bola que nem naquele filme do Tom Hanks. Então, para 2010 não recomecemos, que nem as formigas fazem. Tomemos fôlego e continuemos... reparando e concertando. Crendo na existência dos outros e na nossa interdependência.
Isso se você realmente existir...


Ulisses Figueiredo.
Semana que vem, dia 18/01: "Pegaram minha caneta emprestada e não me devolveram? Não, que isso?Quem escreve minha vida sou eu, e ao decorrer do que vivo." EMBARQUE NO BARCO DA ESPERANÇA!, de Diego Sandins.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Oi Querido

Oi querido, então, eu olhei pra trás e não vi você hoje, resolvi te escrever porque talvez você sinta isso que eu estou anunciando e tudo fique menos rarefeito entre nós. Eu olhei como disse, e não mais vi você, resolvi experimentar que você se perca, que você se encaixe nas lembranças boas e que você se perca na leveza, quase que secretamente como as boas coisas que perpassam por entre as carnes. Você é tão bonito, gosto tanto de você, me treme o eixo saber que você tá por aí passeando por essa mesma vida que eu e a gente inclusive se esbarrou no meio de tanto barco furado, de tanta maré remada ao contrário, tanta ilha desabitada de corpos que a constituem. Eu vi que por sua causa eu comecei a escrever mais textos, só que aí eu comecei a escrever especificidades, as mesmas palavras, os mesmos sentimentos, tudo muito se repetindo, girando e girando e parando no mesmo lugar: um lugar meu – seu lugar seu. Claro que eu quero que esse hífen suma, que as partes se juntem e que eu pare de me atrapalhar toda quando na prateleira o manual mal escrito de como lidar com alguém cai no teu nome. Eu quero, lógico que quero. Enquanto isso tudo me rondava deitei-me com outra carne, igual a minha, foi incrível, excitante, mas a carne que gosto mesmo é a diferente, aquela que junta, completa e não aquela que se sobrepõe. Agora tenho que avisar a esta carne que minha carne está guardada para outra carne. Espero que uma entenda que o gosto que gosto é o mesmo de antes dela. Eu te cobri com uma cobertinha desenhada, de figurinhas de lápis de cor aquarelável que fizeram poças alegres enquanto você dorme e de tão cansado baba na coberta. Isso são suposições, claro, mas do jeito que você corre, você deve descansar e babar até. Mesmo. É, você é bonito; é, eu me atrapalho; é, você diz que eu sou um amor; é, eu sempre choro nos finais de filmes; é, eu agora sei dos dois lados; é, eu provavelmente pensarei em você por muito tempo. É, é sim. Assim.

Danielle Ribeiro.
Na última semana do ano, dia 28/12: "...eu, pessoalmente, só queria que você fosse real. Isso mesmo: real. Porque se tudo que existe estiver só na minha cabeça, eu não faço a mínima idéia de como mudar tudo sozinho." TEM ALGUÉM AÍ? FELIZ CONTINUIDADE... de Ulisses Figueiredo.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Desnatal

No Rio de Janeiro, as aventuras de um anjo caído





(Asas do Desejo, de Wim Wenders)


Abaixo dos meus olhos estava a velha e bela esfera azul cintilante. Úmida, delicada, inacreditavelmente bela. Era eu a caminho da minha missão n.º 5 no planeta. Em alta velocidade eu me aproximava de sua atmosfera. E, no brusco contato com esta, uma dor lancinante em minhas costas. Eu já havia me esquecido em como isso doía. Só que desta vez foi bem pior – senti minhas asas se despregarem do meu corpo antes que eu caísse no mar. Dor, muita dor. E as asas se foram para não sei quando.
Acordei na praia, deitado na areia, com as ondas empurrando meu corpo. Era uma praia deserta. Impossível saber se era uma ilha deserta. Eu, contudo, sabia estar deserto de tudo: deserto de boa parte do meu passado, deserto de meus companheiros e talvez deserto de Deus. Nas minhas costas dois enormes ferimentos, da ruptura das asas. Os ferimentos iam dos ombros até a última costela inferior de ambos os flancos. Eu estava vivo. Não era ainda o meu fim. A saudade da dor já estava morta – a dor confunde, fazendo-nos pensar que ela é a pior coisa que existe. Depois de tantos anos esperando por esse momento, da minha volta à Terra, eu já estava com saudade do céu. Ah, a dor. Mergulhei no âmago da floresta e tratei meus ferimentos com ervas locais. Senti fome. Descobri que quase tudo serve como alimento mais ou menos nutritivo. Passaram os dias. A dor nas costas havia também passado. Os ferimentos cicatrizados. Decidi ir em busca do meu destino: alguma cidade. Consegui um mapa-múndi e fiz minha escolha. Para onde eu faria minha penosa peregrinação.
Rio de Janeiro. Por alguns motivos, julguei ser o Rio o melhor lugar do planeta para eu exercer minha nova humanidade pessoal. Não foi tão difícil me readaptar à vida civilizada. À vida carioca, no caso. Em poucos anos eu já havia conseguido meu ganha-pão trabalhando como escultor. Esculpia mulheres nuas, homens nus, crianças e anjos com asas. Dava pra ganhar um troco. Apesar do ofício pouco comum, aprendi maneirismos do local, como o gosto por samba, embora eu nunca tenha me habituado ao carnaval. De toda forma, sempre preferi rock a samba – na minha casa tem guitarra, não cavaquinho. Um dia eu fui a um grande tatuador em Ipanema, que ficou impressionado com minhas cicatrizes, mas não fez muitas perguntas. Em um ano as cicatrizes estavam completamente cobertas. Muitos desenhos foram feitos na minha pele disfarçando as enormes cicatrizes, com destaque para duas enormes asas.
No meu ateliê eu curtia minha arte e minha solidão. Tornara-me um colecionador não-maníaco. Em destaque, na sala, um antigo aparelho de som comprado num antiquário. No aparelho eu ouvia discos do Bob Dylan, para entender a vida – e muita coisa nesse planeta houvera mudado desde a minha última vinda, quando parti em 1848, deixando Londres e meus amigos Marx e Engels, com os quais atuei na elaboração do Manifesto. Bons tempos aqueles. Aquela foi a 4.ª grande viagem. Então, que rumo tomara minha vida nesta 5.ª viagem? Não me sentia preparado ainda, mas já era hora de eu fazer alguma coisa, ou seja, fazer o que precisava ser feito. Era dezembro, ano 2039 depois de Yeshua – este que foi um cara e tanto –, as coisas estão bastante diferentes. Um desânimo parecia pairar como nuvem de moscas sobre a cabeça de cada homem. Há uma coisa – aliás várias coisas diferentes dessa vez. Minha memória falhando era uma delas. Outra coisa são minhas forças, que não eram as mesmas, estando eu mais humano do que jamais me sentira. E já não tinha mais certeza de que poderia retornar ao céu. Minhas asas: era minha primeira vez sem elas. Se havia o lado bom, que era poder ir à praia, surfar – e essa a sensação mais próxima de voar que eu consegui como humano –, andar por aí sem o inconveniente sobretudo que as escondia, havia, por outro lado, o problema da insegurança, da incerteza se um dia as teria de volta. Não que a vida humana não seja boa. A morte humana é o que mais angustia. A morte parece sempre iminente. Teme-se a morte, e, ao mesmo tempo, anda-se tão perto dela e se a trata com tanta indiferença que não dá mesmo pra entender. As coisas parecem mais importantes que as vidas. As nações, religiões e ideologias são mais importantes que as vidas. Os automóveis mais importantes que as vidas. Os hotéis mais importantes que as pessoas hospedadas neles. As marcas mais importantes que as pessoas. Os animais não falantes? Estes, pobres coitados, não possuem mais sua própria vida: viraram coisas, meros itens alimentares. Não há diferença entre um frigorífico com bois e uma plantação de trigo. A logomarca de uma lanchonete de hambúrgueres tem mais alma que um boi, com certeza. Então alguém, de repente investe muito dinheiro para salvar as tartarugas, protegendo-as, assegurando sua reprodução e desova. Mas ninguém investe um centavo para salvar as almas dos bois. Isso ainda não é nada. Há ainda aqueles homens que tratam outros homens como se bois fossem. Hora de fazer algo.
Estávamos em dezembro. Dezembro é quando se come mais animais. É o mais sangrento dos meses. É o mês que escolheram para dedicar a meu velho conhecido Yeshua. O que Yeshua iria achar se soubesse que as nações trocaram seu nome por um outro adaptado? Se soubesse que é adorado não por seu nome, e sim por um apelido: Jesus. E, pior do que tudo, o que ele iria achar ao saber que alguém que nada se parece com ele roubou pra si as celebrações de dezembro? Um homem velho, gordo, rico, com a barba branca e um imponente e prepotente roupão vermelho. Um velho, que por ser rico, estimula a troca de presentes, que só faz enriquecer ainda mais os ricos que são donos dos meios de produção dos artefatos presenteados pelo mundo inteiro. Essa idéia só poderia mesmo vir de um rico: o mundo inteiro comprando presentes, ampliando-se ao máximo a produção e o lucro. É claro que é preciso comemorar o enorme lucro. Para isso, uma grande matança de animais. Muito dinheiro e muito sangue nos insanos dezembros pelo mundo afora. A festa está completa.
Maracanã. A velha tradição da chegada oficial do bom velhinho à Cidade Maravilhosa. Eu toco guitarra em uma das bandas que se apresenta na festa de boas vindas ao velho metido. Lá vem o desgraçado clone, da legião de clones desgraçados, no helicóptero. A nave pousa. Ele, escoltado, caminha até a plataforma onde eu toco com meus amigos. A plataforma é bem alta. Uma queda daqui de cima seria fatal. É minha chance então. Jogo a guitarra no chão e avanço com toda velocidade e raiva pra cima dele, lanço-me contra ele, caindo, nós dois, de uma altura de quase 30 metros. Nossos corpos não puderam suportar a queda. As imagens, registradas por diversos ângulos, rodam o mundo. As marcas em minhas costas chamam a atenção de um médico, que percebe que há mais que tatuagens em meu corpo. Minha matéria mortal é levada para a faculdade de medicina. Num exame de raio-x, o espanto: algo muito errado com a estrutura óssea do meu corpo. Não houve um enterro cristão para os meus restos mortais. Sem família para pleitear um funeral, a moradia ficou mesmo sendo um refrigerador no hospital da faculdade. Médicos do mundo inteiro fizeram visitas secretas ao hospital para ver a realidade gritante e surda daquele corpo. O que se sabia da identidade daquele homem? O que encontraram na casa dele? Esculturas belíssimas. Pranchas de surf. Um violão. Uma guitarra Gibson. Diários. Sim, diários. Sim, os meus diários. Os diários tornaram o assunto ainda mais complicado para os investigadores. Polícia Federal com auxílio do FBI. Nenhuma conclusão, obviamente.
É fogo. Até hoje não sei exatamente se minha verdadeira missão n.º 5 era matar um papai-noel. Isso parece tão pouco, não é verdade? Além do mais, não sou assassino. Não sou o anjo exterminador enviado por Deus para matar os primogênitos do Egito. Ouvi até dizer que isso não passa de boato. Eu nunca quis matar ninguém. O que fiz, fiz por um impulso humano. Acabei me tornando humano e mortal. É humano matar, morrer e carregar o peso das culpas. Hoje, ao escrever essas minhas memórias póstumas, ainda posso sentir o peso da culpa nas minhas costas.
Passara-se um ano daquele trágico natal. Um novo dezembro então. O detetive do FBI morava no Rio a convite do Governo brasileiro. Muitas informações sobre o caso, sem nenhuma que o pudesse esclarecer. Na noite que antecederia a festa da chegada de Papai Noel no Maracanã, apreensão na casa do detetive americano. O dia porvir seria cheio. A segurança multiplicada por dez. Nada poderia atrapalhar o culto simbólico ao anti-homem de vermelho, o falso deus capitalista – já que o verdadeiro deus é o próprio dinheiro, como já sabemos e fingimos não ver. É o dinheiro que se cultua nas noites de natal e ano-novo. A musiquinha diz de forma clara e direta sobre nossos desejos mais íntimos: “muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender”. Vejam que até a saúde é uma mercadoria a ser vendida. Lendo os diários do estranho, o detetive se obrigara a pensar sobre questões nunca antes por ele formuladas a respeito do absurdo natalino. Hora de ir pra cama. Adormeceu o homem, enfim. No meio da noite silenciosa alguém bate na porta. Ele acorda e, com certo medo, vai atender. Vê que é uma menininha – bonita, com os cabelos encaracolados, olhos grandes. Abre a porta. A menina o entrega o que parecia ser um terno sob um plástico escuro. Ele segura. A menina sai correndo noite a dentro. Na sala ele retira o plástico. E o que ele tem em mãos? Um enorme par de asas.
Luciano Fortunato.
Próxima segunda, dia 21/12: "É, você é bonito; é, eu me atrapalho; é, você diz que eu sou um amor; é, eu sempre choro nos finais de filmes..." OI QUERIDO, de Danielle Ribeiro.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Eu Pensei Que Todo Mundo Fosse Filho de Papai Noel, Mas Alguns São Filhos-Da-Puta Mesmo

Happy Xmas (War Is Over) - John Lennon - Composição: John Lennon e Yoko Ono
So this is christmas/And what have you done/Another year over/And new one just begun/And so this is christmas/I hope you have fun/The near and the dear one/The older and the young/A very merry christmas/And a happy new year/Let's hope it's a good one/Without any fear/And so this is christmas (war is over...)/For weak and for strong (...if you want it)/The rich and the poor one/The world is so wrong/And so happy christmas/For black and for white/For the yellow and red one/Let's stop all the fight/A very merry christmas/And a happy new year/Lets hope it's a good one/Without any fear/And so this is christmas/And what have we done/Another year over/And new one just begun.../And so happy christmas/We hope you have fun/The near and the dear one/The older and the young/A very merry christmas/And a happy new year/Let's hope it's a good one/Without any fear/War is over - if you want itWar is over - if you want it/War is over - if you want it/War is over - if you want it
TRADUÇÃO:
Então é natal/E o que você tem feito?/Um outro ano se foi/E um novo apenas começa/E então é natal/Espero que tenhas alegria/O próximo e querido/O velho e o Jovem/Um alegre Natal/E um feliz ano novo/Vamos esperar que seja um bom ano/Sem sofrimento/E então é natal/Para o fraco e para o forte/Para o rico e para o pobre/O mundo é tão errado/E então feliz natal/Para o negro e para o branco/Para o amarelo e para o vermelho/Vamos parar com todas as lutas/Um alegra Natal/E um feliz ano Novo/Vamos esperar que seja um bom ano/Sem sofrimento/E então é Natal/E o que você fez?/Um outro ano se foi/E um novo apenas começa/E então feliz Natal/Esperamos que tenhas alegria/O próximo e querido/E velho e o Jovem/Um alegre Natal/E um feliz ano novo/Vamos esperar que seja um bom ano/Sem sofrimento/A guerra acabou , se você quiser/A guerra acabou agora/A guerra acabou , se você quiser/A guerra acabou , se você quiser/A guerra acabou , se você quiser/A guerra acabou , se você quiser/Feliz Natal.


Bem, como é Natal, darei um presente aos inúmeros fans desse blog. Será um post bem-humorado, como algumas pessoas haviam falado pra eu fazer."Então, é Natal...". E como a gente percebe isso?Porque as pessoas começam a ficar mais amáveis ou porque o clima de simpatia começa a incidir no ar?NÃO!É porque começa a tocar " Já é Natal na Leader Magazine"( ou outros jingles de lojas de departamentos), e começamos a ouvir a insuportável a extremamente nasalizada voz de Simone no clássico ( das trevas) "Então é Natal". John Lennon deve se revirar no tumulo até hj, até a Yoko Ono, que AINDA não morreu ja se revira! Aliás, deve ser a única coisa em que ela se revira em cima, né! Resumindo, se formos contar com as coisas especialmente natalinas, o Natal é um inferno! Contrasenso, não?Se alguem está feliz e agradável SÓ porque o está perto do Natal... desconfie!Talvez essa pessoa quando não tiver em clima natalino, seja um filho da puta, ao invés de ser filho de Papai Noel.Eu, por exemplo, não preciso olhar em que data estou para tentar ser legal. Não é porque é Natal que vou mudar pra melhor, afinal, isso subentende que eu não me esforçaria para melhorar antes de dezembro.Acho que eu sei por que o Natal é no fim de ano, afinal não deveria ser " privilégio" só do Papai Noel chegar a esse final de ano de SACO CHEIO! Se eu fosse o Papai Noel, já teria um Natal logo em março! Com direito um lá pela festas junina, porque com certeza vou ter de esvaziar o saco mais de uma vez.E o fato de ser vermelha a sua roupa? Por causa da Coca-Cola? Po, o Flexa-Cola e o Refri Convenção também é vermelho e ninguem diz nada.O Papai Noel usa vermelho porque se, por acaso o Comunismo vingar, ele nao vai ter que aproveitar pontas-de-estoque dar para não deixar nenhuma criança sem presente. Daí ele vai poder passar suas férias em Cuba!Talvez fumando um charuto, ou tomando um belo de um drink à base de Rum.Ou vcs acham que o Papai Noel gosta incondicionalmente de seu trabalho? Nada disso! Ele é a pessoa que mais trabalha no Mundo, é uma espécie de " Mega trabalho temporário", afinal, trabalha na noite do dia 24 de Dezembro, nao come nada( nenhuma boa alma o convida para a ceia) e não lhe pagam vale-transporte( ele tem que usar seu próprio transporte, as renas). Em falar nas renas... po, imagina a paciência do o Santa(ui) Clauss tem de ter, para aturar a cada casa que ele vá, uma rena daquelas reclamar que quebou a unha... que frescura! Mas o que esperar de uma festa onde seu avô passa o dia inteiro atras de rabanadas e que se conta os minutos para dar meia-noite e ver sua mãe botar um Peru na mesa? Até o Ano Novo, ponha um sorriso nessa cara... não espere que esse sorriso venha socado na meia do Papai Noel que vc botou na janela.

Diego Sandins.
Próxima semana, dia 14/12: "Dezembro é quando se come mais animais. É o mais sangrento dos meses. É o mês que escolheram para dedicar a meu velho conhecido Yeshua..." DESNATAL, de Luciano Fortunato.