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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Triste Retrato De Um Planeta

A verde poeira cósmica,
Matéria prima de futuros móveis,
Está sendo varrida de forma tão metódica
Que breve nos deixará imóveis.

Máquinas assassinas
Operadas por um homem só,
Movidas a gasolina,
Fazem um estrago de dar dó

Ardentes braseiros
Com sua fumaça cinza,
Malditos carvoeiros
Sufocando o que resta de brisa.

Carnes vivas ocupam os pastos,
Outrora de outras vidas.
Grandes florestas tornam-se mato,
Flora e fauna destruídas.

Em nossas casas comemos carnes,
Construímos churrasqueiras.
Sem pensar que em outra parte
Já não há mais cerejeiras

O azul agora é cinza,
O sólido branco derrete-se,
O que sobrou de verde agoniza,
Todo o colorido fenece.

Triste retrato de um planeta!
Pintura em branco e preto.
Visão que deprime e atormenta,
Causando um profundo efeito.

Até quando seremos expectadores?
Quanto ainda vamos aguentar?
Deveríamos ser protetores
De nossa terra, nosso lar.


André Fraga.

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