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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Guerra Mundial

Como estamos em clima de Copa do Mundo de futebol, mesmo após a eliminação do Brasil – e de Gana - , eu pensei que talvez fosse das melhores oportunidades de compartilhar algumas de minhas idéias sobre futebol. Não que eu seja um entendido de métodos, táticas, jogadores e etc.. A não ser pelo meu Vascão, não sei de mais nada...rs Mas eu sempre pensei sobre o futebol. Por que ele leva as pessoas a tamanho fanatismo? Certa vez, em uma aula de sociologia na Universidade Federal Fluminense, falando sobre momentos em que a sociedade sente-se como um só corpo, o professor mencionou o futebol como exemplo. Realmente... o futebol nos faz sentir parte de uma comunidade maior. Eu, pessoalmente, me sinto muito mais vascaíno do que brasileiro. No termo futebolístico, se é que se pode dizer assim. E talvez até mesmo fora do futebol. Tem um amigo meu que diz sempre assim quando se refere a alguém que ele gosta: “Gente boa... vascaíno” (mesmo que não seja...). Um verdadeiro sentimento de nação. Paramos o silêncio durante o hino brasileiro contra a Coréia do Norte por que vimos uma bandeira do Vasco e começamos a cantar seu hino.rs Estranho, não é? Mas, enfim, eu queria falar sobre Copa do Mundo. Somando-se esse nacionalismo que só aparece quando disputamos alguma coisa com outros países – principalmente no esporte - , por que será que nos empolgamos tanto com o futebol, a ponto de parecer que nosso país está disputando uma verdadeira guerra? Tem um comercial de cerveja que mostra nossos jogadores se dizendo guerreiros, não tem? É disso aí que eu quero falar. Não dos comercias da Brahma, mas da idéia geral difundida e inerente. Vou explicar. É só uma teoria minha, sem grandes fundamentos teóricos. Mas quem se importa? Basear-me no que eu penso é melhor do que no que os outros pensam. Ou não... rs Então: como eu sou historiador formado (daqui a duas semanas) e blá blá, é inevitável pensar dentro desses moldes. Então vamos láááá atrás. Idade Média. Até mesmo antes, na Antiguidade grega e romana. Bom... naquela época, havia muitas guerras, feitas a todo o momento entre cidades ou entre os grandes senhores feudais a fim de expandir suas terras e conquistar novos vassalos. Bom, que seja... o que importa foi a atitude da Igreja em relação a todo esse mar de sangue que se praticava entre seus fiéis. Afinal, quase todos eram católicos. Pra dar uma solução a isso, a Igreja emitiu uma ordem proibindo guerras em dias santos (quase todos no calendário) e, posteriormente, foi aumentando o número de dias nos quais se tornava pecado guerrear. Mas aí fica complicado praquela classezinha dos nobres cavaleiros, serem guerreiros e não poder guerrear. O Homem precisava extravasar sua ânsia por lutas e combates de alguma forma. Nisso, criou-se aqueles torneios entre cavaleiros, bem típico dos filmes da Sessão da Tarde, dos camaradas com lanças sobre cavalos em direção uns aos outros. Por que eu falei disso? Acho que já sacaram meu raciocínio, né? Os esportes de hoje, assim como os esportes de antigamente, principalmente um evento de importância mundial como a Copa, servem para aplacar uma vontade inerente em nós Homens de lutar uns com os outros. Na Copa se tem o mesmo discurso de uma guerra: amor à nação; patriotismo; apoio de todos; etc.(ao menos com o Dunga e com Dom Diego). Mais do que gostar de seu país, acabamos por gostar de derrotar os outros ou ver nossos rivais se ferrando. Não é assim com a Argentina? Ou com o Flamengo?rs a Copa é como uma guerra... países tentam se afirmar e impor respeito. Outros só pretendem corroborar isso. Mas é sempre assim... E daqui a quatro anos vamos ter outra guerra. Se não podemos largar algumas bombas na Argentina, que ganhemos dela no futebol, na frente do mundo inteiro. Anarquista como sou, ligo muito pra isso não... a não ser quando meu Vasco tá em campo. =P

Ulisses Figueiredo.

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