Sandro Cortes.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Posso Morrer Amanhã E Perder As Idéias
Hoje acordei e o tempo era outro. Não era mais o mesmo tempo de quando dormi. Não digo que isso é uma novidade, ou que sempre é tudo igual, mas é que, havia uma certa urgência no dia. Não havia tempo a perder na frente do espelho do banheiro tentando calcular as tarefas do dia ou querendo enxergar mensagens filosóficas no reflexo dos meus olhos.O que quero dizer, é que não havia tempo para pensar no que já havia feito nos últimos 38 anos, no que falei sem pensar ou nas palavras que engoli e acabei cuspindo na pia ao acordar. Não tinha como voltar lá atrás para pedir perdão a quem magoei com um monte de "merda", ou então, para falar um monte de "merda" a quem merecia e não falei por medo, receio, ou porque caguei, somente.Não dava para ficar reparando nos quilos que ganhei durante o sono só de sonhar com rodízio de pizzas e no pouco que perdi porque deixei de comer aquele x-tudo antes de ir me deitar. Não comi por culpa, mas dormi com fome.O fato é que acordei sem tempo para o café e as manchetes sobre a política, tragédias, esporte, e economia. As mesmas do jornal do dia anterior, as mesmas de três dias atrás, as mesmas da semana passada, do mês passado, ou mesmo, dos anos anteriores.Tinha que me vestir e sair correndo. Encontrar a rua e o acaso soprando no asfalto, a meninada dos colégios emanando liberdade sem culpa, a dúvida de cada esquina, os ônibus e suas buzinas e o cheiro de vida que brota dos ralos. Era isso!! Eu precisava ver tudo e que tudo me visse! Não sabia do dia de amanhã. Não sabia das novas notícias, dos novos amores e dos falsos amores, ou mesmo dos horários dos transportes urbanos. Tudo poderia mudar. Ou pior, no outro dia meus olhos não poderiam ser mais os mesmos, e minha urgência, ter tempo e hora marcada.Por isso, investi em cada piscar de olho e não perdi um só cavalo, branco ou preto, que cruzou a minha estrada, não perdi nenhuma essência.
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
A Carta
Vocês que hoje nos perseguem,
Também já foram perseguidos.
Vocês que hoje nos enganam,
Também já foram enganados.
Você que hoje nos lidera
Por caminhos já traçados,
Lembre que já viu a fera.
Se sentiu desesperado.
E seus olhos hoje cegos,
Enxergavam tudo às claras.
Seus ouvidos hoje são surdos
À vidas que lhe eram tão caras.
Não estamos seguros nos ares.
Não estamos seguros nos lares.
Não estamos seguros nas ruas.
Não nos defendemos nas urnas.
Atiram contra os homens.
Massacram as mulheres.
Sufocam as crianças.
Arrancam nossas peles.
Sustentam esperanças.
Alimentam ilusões.
Prometem a bonança,
Nos reservam furacões.
Se alimentam de sangue,
Sugam nossas veias.
Roubam nossos cofres,
Ignoram nossas leis.
Brincam com a verdade,
Zombam da justiça.
Perpetuam a maldade.
Vivem na cobiça.
Não estamos seguros nos ares.
Não estamos seguros nos lares.
Não estamos seguros nas ruas.
Não nos defendemos nas urnas.
Lançam gases tóxicos, sufocam o planeta.
Abrem um buraco na câmara de sobrevivência.
Hoje temos medo de raio ultravioleta.
E como é que viveremos com essa ultraviolência?
Como é que viveremos nessa grande decadência?
Cercados de líderes corruptos,mentirosos e covardes.
Empresários assassinos sem um pingo de decência.
Traficantes dominando nossas noites,dias e tardes.
Não estamos seguros nos ares.
Não estamos seguros nos lares.
Não estamos seguros nas ruas.
Não nos defendemos nas urnas.
Estão matando nosso povo.
Estão matando nosso orgulho.
Estão usando as mesmas armas,
Que ceifaram tantas vidas.
Fomos condenados à morte por motivos absurdos.
Fomos reduzidos à sorte de um velho moribundo.
E você que hoje é império
Não se esqueça que amanhã será minério.
Nada vai sobrar. É sério!
Também já foram perseguidos.
Vocês que hoje nos enganam,
Também já foram enganados.
Você que hoje nos lidera
Por caminhos já traçados,
Lembre que já viu a fera.
Se sentiu desesperado.
E seus olhos hoje cegos,
Enxergavam tudo às claras.
Seus ouvidos hoje são surdos
À vidas que lhe eram tão caras.
Não estamos seguros nos ares.
Não estamos seguros nos lares.
Não estamos seguros nas ruas.
Não nos defendemos nas urnas.
Atiram contra os homens.
Massacram as mulheres.
Sufocam as crianças.
Arrancam nossas peles.
Sustentam esperanças.
Alimentam ilusões.
Prometem a bonança,
Nos reservam furacões.
Se alimentam de sangue,
Sugam nossas veias.
Roubam nossos cofres,
Ignoram nossas leis.
Brincam com a verdade,
Zombam da justiça.
Perpetuam a maldade.
Vivem na cobiça.
Não estamos seguros nos ares.
Não estamos seguros nos lares.
Não estamos seguros nas ruas.
Não nos defendemos nas urnas.
Lançam gases tóxicos, sufocam o planeta.
Abrem um buraco na câmara de sobrevivência.
Hoje temos medo de raio ultravioleta.
E como é que viveremos com essa ultraviolência?
Como é que viveremos nessa grande decadência?
Cercados de líderes corruptos,mentirosos e covardes.
Empresários assassinos sem um pingo de decência.
Traficantes dominando nossas noites,dias e tardes.
Não estamos seguros nos ares.
Não estamos seguros nos lares.
Não estamos seguros nas ruas.
Não nos defendemos nas urnas.
Estão matando nosso povo.
Estão matando nosso orgulho.
Estão usando as mesmas armas,
Que ceifaram tantas vidas.
Fomos condenados à morte por motivos absurdos.
Fomos reduzidos à sorte de um velho moribundo.
E você que hoje é império
Não se esqueça que amanhã será minério.
Nada vai sobrar. É sério!
André Fraga.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Ácido E Doce Como Uma Boa Limonada
Skank - Réu e Rei
Desde que você disse nem/Saber quem foi John Coltrane/E Noel Rosa era alguém/Que seus tios gostavam bem/Eu te amo desde que/Anjo caído cai/Desde quando nem vi/A sombra do amor ali/Desde que não fugimos/Pras ilhas de sal, pros cimos/De neve que nunca vimos/Desde que nada infrigimos/Aquela tenda que não houve/Beijo nenhum a boca soube/Amor ao léu sem quem o louve/Cego que vê,surdo que ouve/Quantos pais eu já matei/Ao mesmo tempo réu e rei/A lua, o quarto, me deito, me dei/Por perdido assim que te achei.
Desde que você disse nem/Saber quem foi John Coltrane/E Noel Rosa era alguém/Que seus tios gostavam bem/Eu te amo desde que/Anjo caído cai/Desde quando nem vi/A sombra do amor ali/Desde que não fugimos/Pras ilhas de sal, pros cimos/De neve que nunca vimos/Desde que nada infrigimos/Aquela tenda que não houve/Beijo nenhum a boca soube/Amor ao léu sem quem o louve/Cego que vê,surdo que ouve/Quantos pais eu já matei/Ao mesmo tempo réu e rei/A lua, o quarto, me deito, me dei/Por perdido assim que te achei.
Eu não gosto de amarelo. Mas, pensemos, o que seria do verde se ninguém gostasse de amarelo?Nada. Tão pouco se todos gostassem só do amarelo.Se for analisar... o amarelo não é tão ruim assim. Eu, pelo menos, gosto muito mais de milho do que de azeitona.Andando pela rua e parando pra pensar nas sortes e revezes que a vida nos prepara, percebi que, mesmo que seja "fisicamente" impossível enxergar " os dois lados da moeda" ao mesmo tempo, isso não quer dizer que não existam.O texto de hoje é exatamente sobre isso... os dois( ou vários lados) lados das coisas da vida.Você pode ser como John Coltrane, mandar bem no sax, dar interessantes pitacos no rock ou até na música erudita... isso é ótimo.Mas como também não ser um Noel Rosa? Os filmes sobre ele e sua presença a importância na famosa Vila Isabel, com sua voz e seu bandolim, promove a legitimação do samba de morro com o "asfalto".Eles são muito Diferentes?? Bem menos do que se imagina. Cada um à sua maneira e à sua época foram líderes, construíram algo de importante. Fazem valer que, mesmo por caminhos diferentes, pode-se chegar a feitos parecidos.Fico pensando aqui o quanto prejudicial seria se eu torcesse o nariz pra um ou outro.. talvez eu fosse castigado e fosse transformado uma moeda de uma face só... algo bem obscuro, embora o nome( se não lermos pelo sentido material) não aparente ser.Só lembrando.. não to propondo "ser duas caras", falsidade não combina comigo. O lance é que tanto a cara, tanto a coroa, devem fazer parte da vida.Ora, ter coragem e/ou maluquice de botar a " cara" nas situações; ou conseguir ter a experiência de um "coroa" em outras situações. Tudo está ligado!Eu sei, você deve estar pensando: " ahh, é fácil falar... você fica aí, falando isso, de longe... tu não sabe como é minha vida!". Eu sei, eu fico pensando( muitas vezes reclamando) quando algo acontece de ruim na minha vida, como é normal ficar chateado, se perguntar por que se passa por isso.Taí a resposta... lembre da moeda!Assim como quando acontece algo muito bom, não prestamos atenção( estamos muitos felizes e ocupados para isso) de que algo pode não ter dado certo, algo poderia melhorar( sim, não tenhamos medo de ser exigentes); devemos ter a paciência, pois podemos encontrar algo que nos fortaleça, nos ensine, nos guie, mesmo nos momentos difíceis e tristes.Devemos ter humildade de manter momentos de réu na hora de que somos "Rei"( ou "Rainha", para contemplar as valiosas mulheres que lêem esse humilde blog); e não podemos deixar de ter no nosso coração e na nossa cabeça, traços positivos e, digamos, majestosos quando estamos na posição de réu.O que fica é que sempre andaremos numa estrada, cabe a nós, fazer com que a mão dupla nos leve a caminhos interessantes.E quem diria que um breve jogo de cara ou coroa poderia render alguns dedinhos de prosa?Agora vou lá tomar minha limonada... afinal o limão é ácido... mas também pode ser doce... depende do ponto de vista.
Diego Sandins.
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